Miriam Müller Pintora e Mestre de Obras de Campo Limpo Paulista SP

Miriam Müller Pintora e Mestre de Obras de Campo Limpo Paulista SP é uma verdadeira vencedora

Convidamos você a conhecer a trajetória inspiradora de Miriam Miranda Müller, pintora e mestre de obras de Campo Limpo Paulista, SP — uma mulher que fez da superação sua marca e da pintura seu instrumento de transformação.

Com 64 anos de vida e mais de duas décadas dedicadas às obras e reformas, Miriam rompeu barreiras em um universo majoritariamente masculino e, com coragem, escreveu sua própria história no canteiro de obras.

Desde os primeiros desafios até a descoberta do Movimento Brasil por um Pintor Melhor (MBPM), sua caminhada é um testemunho de força, reinvenção e amor pela profissão. Mais do que uma pintora e mestre de obras, Miriam representa milhares de mulheres que lutam por respeito e espaço no setor da construção civil.

Prepare-se para mergulhar em uma jornada real, cheia de tintas fortes, marcas de resistência e muita inspiração.

Miriam Müller – A mulher que pintou a própria história com coragem e superação

Aos seis anos de idade, Miriam Müller enfrentou um dos momentos mais dolorosos de sua vida: a perda da mãe. Foi um episódio que a marcou profundamente e deu início a uma trajetória repleta de desafios e superações. Após a morte precoce da mãe, Miriam passou a viver com a tia-avó e, em seguida, com outras pessoas da família, até ser acolhida por uma tia materna, que lhe ofereceu carinho e educação — valores que, mais tarde, ela faria questão de transmitir às suas próprias filhas.

Enquanto enfrentava o luto e a mudança constante de lares, Miriam ainda precisou lidar com as dificuldades emocionais do pai. Abalado pela perda, ele mergulhou em uma depressão profunda e tornou-se agressivo, o que a fez retornar à casa da tia Rosa, irmã de sua mãe. Anos mais tarde, aos 21 anos, Miriam encontrou estabilidade ao se casar com Antônio Carlos. Dessa união nasceram suas três filhas: Diana Müller, Fernanda Müller e Nathalia Müller.

No entanto, a vida financeira da família foi duramente impactada em 1996, quando seu marido perdeu o emprego. O casal passou a enfrentar sérias dificuldades, chegando a ser despejado da casa onde moravam e perdendo todos os móveis. Com poucas opções, foram viver em um cômodo alugado, sobrevivendo com o pouco que conseguiam — Miriam, por exemplo, fazia bicos como faxineira em condomínios, limpando banheiros para garantir o sustento das filhas.

Foi nesse período, em meio à crise, que ela teve o primeiro contato com a construção civil. Embora seu marido não tenha se adaptado à rotina dos pequenos serviços, Miriam sentiu-se confortável com o trabalho e logo começou a prestar serviços informais com a ajuda de amigos. Incentivada por comentários de colegas, decidiu procurar cursos no SENAI — e foi assim que deu início a uma jornada de formação técnica que mudaria sua vida.

Determinada, Miriam se inscreveu em um curso de pintura, depois em outro de hidráulica, até se deparar com a possibilidade de realizar um curso gratuito para se tornar Mestre de Obras. Para isso, precisaria passar em uma prova. Sem muita confiança, mas com coragem, encarou o desafio — e foi aprovada. Iniciava, ali, uma nova fase.

Durante dois anos de curso, Miriam enfrentou inúmeras dificuldades. Era a única mulher em uma sala com 40 homens e, muitas vezes, ia para as aulas com fome. Mesmo assim, seguiu firme e se formou em 1998. Já fazia pequenas reformas e, com o marido de volta ao mercado de trabalho, a situação da família começou a melhorar.

Seu esforço chamou a atenção de um dos diretores do SENAI Tatuapé, que a convidou para dar aulas. Em seguida, passou a lecionar também no SENAI Bom Retiro, onde atuava com públicos em situação de vulnerabilidade: homens em situação de rua, ex-detentos e jovens da antiga Febem. Também prestou serviços para a Secretaria da Educação, supervisionando reformas em escolas estaduais — tudo isso sem carro e sem celular, enfrentando longas distâncias e adversidades com bravura.

A mudança para o interior e novos desafios

No início dos anos 2000, Miriam se mudou para Campo Limpo Paulista, interior de São Paulo, mas continuou realizando obras na capital. Com poucos recursos, usava um bip para receber mensagens e uma máquina de escrever para produzir seus documentos. Logo foi indicada ao SENAI da nova cidade, onde começou a ministrar treinamentos para trabalhadores vinculados ao programa de frentes de trabalho do governo.

Nesse momento, nasceu uma ideia ousada e transformadora: formar uma equipe feminina de pintura. A proposta era inovadora, especialmente em um setor tão dominado por homens. Mesmo diante de muito preconceito, Miriam seguiu adiante com coragem e fez história na cidade de Jundiaí, região vizinha.

Com o tempo, decidiu deixar as reformas e se especializar em pintura de fino acabamento. Continuou dando aulas, formando novas profissionais e fortalecendo sua equipe. Ela acredita que sua paixão e habilidade pela construção têm raízes familiares: seu avô e um tio materno foram mestres de obras — e ela, com certeza, herdou esse talento.

Ao longo dos anos, muitas mulheres passaram por sua equipe. Algumas tornaram-se empreendedoras e até mesmo suas concorrentes no mercado, o que para Miriam sempre foi motivo de orgulho. Em 2018, ela deu um passo ainda maior ao criar o projeto Mulheres Pintoras do Brasil — um curso gratuito voltado a mulheres em situação de vulnerabilidade. O objetivo vai além do ensino técnico: resgatar a autoestima e promover a independência financeira.

O Encontro com o MBPM e a Virada na História

Foi também em 2018 que Miriam conheceu o Movimento Brasil por um Pintor Melhor (MBPM). Desde então, tornou-se uma das referências do grupo, acreditando no propósito do movimento e, agora, também na atuação da ABRAPP como ponte entre a indústria e os pintores profissionais.

O ano era 2018 quando Miriam teve seu primeiro contato com o Movimento Brasil por um Pintor Melhor (MBPM). A partir dali, sua trajetória ganhou um novo capítulo, marcado por transformação, pertencimento e valorização. Segundo ela, aquele momento foi um verdadeiro divisor de águas em sua vida profissional.

“Sou imensamente grata por ter cruzado com esse movimento, que trouxe uma transformação real e profunda para pintores e pintoras do Brasil”, contou Miriam, emocionada.

Desde 1996, quando iniciou na pintura, ela nunca havia presenciado uma iniciativa tão estruturada, forte e voltada diretamente para o reconhecimento da categoria. Com o MBPM, surgiram oportunidades reais, diálogo com a indústria e, principalmente, respeito por parte da sociedade.

Durante a pandemia da COVID-19, essa atuação se tornou ainda mais vital. Como lembra Mirian, foi nesse período desafiador que a união entre os profissionais ganhou força. Pintores e pintoras que antes trabalhavam isoladamente passaram a se conectar, trocar experiências e oferecer apoio mútuo. O movimento abriu canais diretos com a indústria, permitindo que trabalhadores relatassem problemas, sugerissem soluções e até recebessem assistência técnica nas obras.

“Passamos a ter voz ativa. Isso foi muito importante”, destacou.

A partir do envolvimento com o MBPM, Mirian teve acesso a uma série de treinamentos e capacitações. Ela passou a compreender melhor aspectos como organização de obra, atendimento ao cliente e postura profissional — temas que, até então, eram pouco abordados no dia a dia da pintura.

“Essas premissas tão importantes hoje simplesmente não existiam no passado”, explicou.

Graças ao movimento, os pintores passaram a utilizar ferramentas que antes pareciam distantes. Isso trouxe visibilidade, remuneração mais justa e o reconhecimento da pintura como uma profissão de fato.

O Espaço das Mulheres Pintoras

Um dos trechos mais comoventes do relato de Miriam diz respeito ao avanço das mulheres dentro do MBPM. Ela testemunhou de perto a evolução do espaço feminino no setor, e com a voz embargada revelou como o movimento contribuiu diretamente para essa conquista.

“O MBPM abriu espaço para que nós, mulheres pintoras, fôssemos vistas, ouvidas e respeitadas”, afirmou. Hoje, ela vê com orgulho o protagonismo feminino não só nos canteiros de obra, mas também em espaços de liderança. Para Miriam, essa é uma vitória de todas as mulheres da categoria — e um sinal claro de que o futuro da pintura será mais justo e inclusivo.

Mais do que capacitação e formação, o MBPM também ofereceu a Miriam algo ainda mais valioso: apoio humano. O movimento promove eventos, premiações, encontros e oferece suporte em situações de dificuldade, inclusive nos casos de doença.

“Presenciei um amigo que foi ajudado. Isso me marcou muito”, relembrou.

Esse senso de cuidado e solidariedade transformou o MBPM em algo além de uma rede profissional. Para ela, tornou-se uma verdadeira família. Ao final de seu depoimento, Miriam sintetizou o impacto do movimento em sua vida:

“Para mim, o MBPM é algo inexplicável. É admiração, é apoio, é transformação real. Agradeço de coração por tudo que esse movimento fez e continua fazendo pela nossa classe. Obrigada, MBPM. Vocês mudaram nossas vidas.”

Lançamento do livro em três Países

Mais recentemente, Miriam conquistou um marco ainda maior: o lançamento do seu livro em três países — Portugal, Escócia e Inglaterra. A obra conta sua trajetória como pintora e mestre de obras, inspirando outras mulheres e homens a acreditarem que é possível vencer, mesmo sem dinheiro ou apoio no início.

O livro que será lançado no dia 30 de maio de 2025 em Portugal, Escócia e Londres, falando sobre meu empreendedorismo na área da Construção Civil, como mestre de obras e Pintora.

O livro escrito por uma pintora, contando como as mulheres e homens podem conseguir tudo o que quiserem, mesmo sem dinheiro.

Para ela, o segredo é simples, mas poderoso: acreditar, ter coragem, resiliência e força de vontade.

"Nada vem fácil", diz. "Existe o suor, mas a realização acontece. Acredite no seu sonho."

@projetoepinturasmm

@projetomulherespintoras

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REPÓRTER ABRAPP

Walter Wellisson de Oliveira Carneiro, mais conhecido como Wellisson Decor, nasci na cidade de Riachão do Jacuípe, no estado da Bahia, que fica a cerca de 200 km da capital Salvador. Trabalho com pintura há 25 anos. Nos primeiros quatro anos, comecei como ajudante do meu tio. Com o tempo, fui aprendendo, fazendo pequenos serviços à noite e nos fins de semana. Assim, comecei a ser mais conhecido na cidade. Quando senti que era a hora certa, segui meu próprio caminho como pintor profissional.

Sempre busquei aprender mais. Como na minha cidade quase não tinha cursos ou palestras, eu viajava para outras cidades. Já cheguei a andar mais de 400 km de moto num único dia só para participar de um treinamento em Salvador. Isso também me ajudou a conhecer muita gente e fazer boas amizades por todo o estado.

Desde o começo, sempre gostei da área de decoração. Quando tinha oportunidade, já aproveitava para transformar algum ambiente nas casas dos meus clientes. Hoje sou especialista em efeitos decorativos, trabalho com pintura mecanizada e por muitos anos atuei na pintura imobiliária de acabamento fino, sempre prezando pela organização e compromisso com os clientes.

Há três anos, passei a focar mais na área decorativa, e além de trabalhar com isso, também dou cursos, treinamentos e palestras para outros profissionais da pintura. Sou líder da ABRAPP na Bahia, instrutor da escola ABRAPP e repórter da Revista Em Movimento.

Conheci o Movimento Brasil por um Pintor Melhor (MBPM) em 2017, durante uma viagem para um curso em Salvador. Lá, conheci o líder Mário Sacramento, que sempre falava do movimento nos treinamentos. Ele me convidou para entrar no grupo de WhatsApp, e logo depois virei administrador e me tornei líder do MBPM.

Repórter: @Wellisson_Decor

Edição: @RitaAranhaBatomnaObra

Revisão Final: @Douglas_Mbpm